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 Histórias do Clã Von Shumer - Livro 02: A GAROTA QUE NÃO MORREU

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Arkano
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MensagemAssunto: Histórias do Clã Von Shumer - Livro 02: A GAROTA QUE NÃO MORREU   Histórias do Clã Von Shumer - Livro 02: A GAROTA QUE NÃO MORREU Icon_minitimeSáb Nov 15, 2008 8:36 pm

Episódio 01 - DESTINO: O ENCONTRO QUE NADA PODERIA EVITAR

O bar fervilhava de clientes, na noite quente de Jawaii. Era assim todas as noites, na famosa ilha tropical. Conhecida em todos os reinos por suas belezas exóticas, Jawaii atraía todo o tipo de gente, desde casais recém-casados procurando uma romântica lua-de-mel, até solteiros que afogavam suas mágoas nos balcões dos bares.

Aquele bar, em especial, era mais famoso. Ganhara um apelido inusitado - "Bar dos Solteiros", pois praticamente todos os seus clientes íam até ele para esquecer amores não correspondidos. Nem mesmo o dono se lembrava mais do verdadeiro nome, e quando um alquimista lhe vendeu a idéia dos estranhos tubos de luz colorida em formato de letras, o nome que foi pendurado na entrada foi justamente "Bar dos Solteiros".

Em meio à conversa e ao barulho do bar, um cliente permanecia calado, sentado em um canto. Usava uma roupa escura, preta com tons de roxo, e mantinha a seu lado duas estranhas armas, que chamava de "katares". Ele bebia algo alcoólico, enquanto observava os outros frequentadores.

Um grupo se aproximou da mesa. Era composto de tipos mal-encarados, que pareciam prontos a cortar, fatia, picar e triturar, desde que fosse oferecido o preço certo.

- E aí, velho Jonah? Resolveu ou não?
- Vai nos acompanhar ou ficar aí bebendo? - o segundo dos homens perguntou, sendo complementado por um terceiro:
- Tem um bom dinheiro envolvido, cara!
- Não. Não quero. - respondeu a figura nas sombras.
- Ah, qual é, cara! Tá fraquejando? Tá com medo?

Em um movimento até rápido, a figura se levantou, mas parou no meio do caminho, com a mão nas costas. Sentando-se lentamente, o velho resmungou:

- Ah... ah... se minhas costas não estivessem me matando, filho, eu matava você.
- Ah, Jonah, você tá velho. Não sabe mais ver uma boa oportunidade quando...
- Filho, eu já tive a melhor oportunidade de todas! Estou vivo, aqui, depois de ter descido até o Hel!
- Hahaha! Desceu até o Hel? Conta outra, velho!
- Pois é verdade. - e o rosto do velho mercenário se endureceu com a lembrança. - VI os lordes do inferno e voltei. Eu e meu amigo Antony.
- Aquele de sobrenome engraçado? Claro que sim, hehehe.
- Não acrditam, não é? Preferem arriscar a vida do que aproveitá-la? Pois bem... paguem uma bebida a esse velho, que contarei a vocês exatamente como tudo aconteceu...

============================================================================

Aquele mesmo Bar dos Solteiros, trinta anos antes, não era tão diferente. Estava mais vazio, e sem o letreiro luminoso, mas já reunia os pobres corações sem carinho. Naquela mesma mesa onde o velho mercenário iniciava seu conto, um Jonah mais novo bebia tranquilamente. Observava uma partida de pôquer, na mesa do lado.

O ar parecia estar congelado na mesa. Adversários de jogo observavam uns aos outros com atenção e desconfiança. Apenas um deles, exibindo um largo sorriso, parecia calmo e relaxado. Diante dele, muitas fichas coloridas indicavam que estava ganhando o jogo.

- Anda logo, Antony, mostra as cartas!
- Impossível que você ganhe mais uma vez.
- Pois bem, senhores... aqui vai! - a mão vencedora foi posta na mesa, para o desespero dos outros jogadores. Jonah, da outra mesa, não se conteve.
- É isso, caras, desistam! - hic - Não dá pra ganhar do meu amigo!
- Ah, Jonah, eu não preciso de torcida, por favor.
- Haha! - o mercenário se levantou, agarrando o amigo pelo pescoço. - Pode terminar o esculacho, eles nem têm dinheiro mais, me paga uma bebida - hic - vai!
- Outra? - Antony se levantou, contando o zeny que ganhara. Seria um rapaz bonito, não fosse o semblante castigado que acompanhava qualquer um no seu ramo de atividade - Com licença, senhores. outro dia eu continuo aliviando o peso de seus bolsos.

Os dois se sentaram à mesa do canto, e prontamente foram atendidos. Em meio às bebidas, Jonah suspirava.

- Ah, nessas horas eu me lembro daqueles bons tempos...
- Jonah, não começa.
- ...em que eu, você e o resto do grupo...
- Jonah...
- ...vivíamos - hic - livres, na marginalidade...
- ...
- Uma pena que - hic - naquele dia...
- JONAH. Você sabe muito bem que eu NÃO FALO sobre isso.
- Oh, foi mal. Esqueci que você - hic - não quer mais ser Antony "Freeman"! "Homem Solto" na língua de elfo, né?
- "Homem LIVRE". E eu naõ sei sobre ser tão livre... na verdade...
- Hmmm? - Jonah dava uma bela tragada na cerveja.
- Eu queria... me amarrar, entende? Seria bom achar uma garota que...
- PPFFFF! - a cerveja acertou em cheio a cara de Antony. - Você? Garota? Hahahahaha, seria - hic - engraçado!
- Ora, seu... o que tem de errado? - Antony limpava a cara encharcada, espuma cobrindo a barba por fazer.
- Nada. Mas é engraçado imaginar o grande arruaceiro Antony Freeman... amarrado numa garota!
- Você fala porque sabe que garota nenhuma ficaria com um ex-líder de mercenários.
- Não uma garota decente.
- Ah, chega! Essa conversa já deu o suficiente. Vamos embora.

O Bar dos Solteiros foi construído próximo de uma das mais belas praias de Jawaii. Antony e Jonah caminhavam pela areia - ou melhor, Antony caminhava, pois Jonah estava bêbado demais para realizar tal façanha, então ora se arrastava, ora era levado pelo amigo.

- Deixa, Antony, eu - hic - vou sozinho pra casa.
- Er, tem certeza?
- Na verdade - hic - não. Mais num cuxta - hic - tentá, né?
- Ai ai... tudo bem. Só não se perca nos corais que nem da última vez.
- Pó - hic - dexá! - e Jonah seguiu seu caminho, cambaleando.

Antony observava o amigo se distanciando. No fundo, compartilhava da opinião de Jonah. Sentia falta da agitação, da emoção que sentia com o grupo. Trabalhavam da mesma forma que os homens que ouviam a história do velho Jonah - qualquer trabalho era possível de ser realizado, bastava pagar o preço certo. Antony e seu grupo já havia, sido guarda-costas, bandidos, vigilantes e espiões, e nenhuma missão deixava de ser feita.

Nenhuma... exceto AQUELA.

No momento em que Antony, caminhando pela areia próxima do mar, sem prestar atenção por onde ía, perdio em lembranças, se recordava justamente daquela terrível missão que mudaria sua carreira, algo se pôs à sua frente. Sem ver o obstáculo a tempo, o arruaceiro tropeçou, indo direto ao chão.

- Ah, mas, quem, o quê... hã?

Antony esperaria um barril, garrafa, caixa ou pedaço de madeira largado no chão... mas nunca imaginaria que teria tropeçado em uma garota, meio enterrada de cabeça na areia da praia.

- Ei, ei! Moça? Tá me ouvindo?
- Mpfpffff....!
- Er... Quer que eu ajude?
- Mppffffff!!!
- Bem, acho que isso é "sim". - Antony segurou a garota pelas pernas, e puxou com a força que pôde. O primeiro puxão não resultou em muita coisa, mas no segundo a moça foi arrancada do confinamento, fazendo Antony cair sentado no chão.

- Ai! Ai... Moça, afinal, o que é que você... você...

Antony estava diante de uma belíssima jovem. Apesar de ter os longos cabelos, negros e brilhantes, cheios de areia, o semblante puro dos claros olhos verdes, que olhavam para baixo buscando equilíbrio após a situação estranha de, literalmente, sair do buraco, foi suficiente para desconcertar o arruaceiro veterano. Aproximando-se mais, Antony perguntou novamente, chamando a atenção da moça.

- Ei... moça... você... a garota lentament elevantou o olhar e, ao ver Antony próximo...
- AAAAAAHHHHHH! - o susto de Antony foi maior que o da garota, e o arruaceiro deu uma cambalhota, ficando com a cabeça enfiada na areia. Após sair da estranha posição - e depois de cuspir bastante areia -, Antony e a garota finalmente iniciaram uma conversa.

- E qual é o seu nome, moça?
- É... é... - a garota parecia forçar a memória - É Lienna... e o seu?
- Antony Free... Antony.
- Só "Antony"?
- É, hehe, só Antony. Na verdade, Antony Von Shumer, mas é um nome muito grande. E você, é só "Lienna" mesmo?
- Eu... não sei...
- Não sabe?
- Não. Não sei meu sobrenome.
- Er.. e... o que você fazia enterrada na areia da praia?
- Também não sei. A última coisa que me lembro é de sentir um puxão muito forte, e sair da areia, e ver você.
- Puxa... deve ser difícil... não lembrar do passado...

"Se bem que", pensou Antony, cerrando o semblante, "tem coisas do passado que eu adoraria esquecer de vez".

- Alguma coisa errada?
- Ah, não, não. Diga, você tem pra onde ir?
- Bem, não... acho que não.
- Então descanse lá em casa. Não moro longe, e talvez amanhã você lembre de algo.
- Mas não tem problema para você?
- De maneira alguma! Vamos.

============================================================================

- Tá, a garota tinha problema, e daí?
- Num sei o que isso tem a ver com você e o velho Antony irem pro Hel.
- Aí é que está, filho. Nós só fomos até lá porque fomos obrigados.
- Mas você disse...
- Nós descemos até o hel... porque antes o Hel veio atrás de nós.
- Hã?
- Já está tarde, rapazes... Estarei aqui de novo amanhã. Me paguem uma bebida e eu lhes explicarei o porquê.

Com estas palavras, Jonah se levantou - com certo sacrifício devido à dor nas costas - e saiu do bar.

- E aí? O que vocês...
- Eu acho que vale à pena. Nós sabemos quem ele é, de quem ele é amigo e as coisas que já fez.
- Verdade. Amanhã a gente volta aqui então.

E o trio também saiu do bar, planejando voltar na noite seguinte para pagar uma bebida ao velho Jonah.

Citação :
NOTAS DO AUTOR #01: Pois é, estou de volta! Depois das loucas aventuras de Justinian e Sague em "A Conspiração de Prontera", a Família Von Shumer retorna em uma história diferente. Sem deixar o humor absurdo dos Von Shumer de lado, hoje começa uma história de aventura, grandes reviravoltas e, sobretudo, amor. A história de amor mais louca que Rune Midgard já presenciou! Fiquem ligados! "A Garota que Não Morreu" continua!
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MensagemAssunto: Re: Histórias do Clã Von Shumer - Livro 02: A GAROTA QUE NÃO MORREU   Histórias do Clã Von Shumer - Livro 02: A GAROTA QUE NÃO MORREU Icon_minitimeSex Nov 21, 2008 8:05 am

Episódio 02 - PASSADO: A DOR POR TER FALHADO

- TÁ NAMORANDO! TÁ NAMORANDO!
- Jonah, fala baixo! Ela ainda tá lá na sala dormindo! E que idéia é essa de "tá namorando"?
- Ah, Antony, qual é? Eu venho aqui, como sempre, pra irmos catar algum bico, e o que eu encontro na sua sala? Uma belezura daquelas, dormindo tranquilamente... me conta, como foi... ontem de madrugada?
- Não "FOI" nada, Jonah. Ela estava na praia, e estava sozinha, precisando de ajuda. Aí...
- Aí você, o forte e atraente arruaceiro salvador, veio ao resgate?
- Ela perdeu a memória, rapaz. Nem o sobrenome ela lembra.
- E quem se importa com sobrenome? - Jonah se recostou na porta do quarto - Uma formosura daq... ahhh!

A porta se abriu, derrubando Jonah no chão. Lienna, do outro lado, se assustou com o mercenário a seus pés.

- Oh! Desculpe, senhor... Eu não sabia que...
- Estar aos pés de tamanha beleza é um privilégio, meu docinh... AI! - chutando Jonah de lado, Antony se aproximou.
- Esquece o Jonah. E aí, se lembrou de mais alguma coisa, Lienna?
- Não... por mais que eu me esforce, não me lembro de nada.
- E não temos pista nenhuma a respeito... Bem, se você quiser, pode ficar aqui enquanto procuramos pistas.
- Oh, eu não poderia, senhor Antony. Eu atrapalharia e...
- Não atrapalharia mais que o Jonah. Falando nisso, Jonah, tem como você tentar descobrir algo? Você ainda mantém aqueles contatos... da época... você sabe.
- Claro! Tudo pra ajudar um docinho de coco lindo como...
- VAI LOGO!
- Tá tá tá!
- Er... senhor Antony, enquanto vocês dois conversavam...
- Sim?
- Eu tomei a liberdade de arrumar um pouco sua sala. Espero que não se incomode.

O lar de um ex-arruaceiro não pode ser chamado, exatamente, de "doce lar". Arruaceiros não têm tempo para faxina e arrumação, pois suas agendas são lotadas de roubos, sequestros, escoltas e extorsões, e o pouco tempo livre que resta é preenchido gastando o ganho destes afazeres nos bares e boates. A casa de Antony jamais fora uma exceção à regra, então a sala, por exemplo, era constituída por papéis, móveis velhos, garrafas vazias de bebida, restos de comida... poderia ser facilmente confundida com o quarto de um adolescente problema, não fossem as armas diversas que se misturavam à bagunça.

Naquele dia, porém, a sala de Antony mudou. Poeira foi removida, contratos foram arrumados, móveis colocados no lugar. Podia não ser ainda um "lar doce lar", mas de repente voltara a ser incluída nos significados do verbete "casa".

- Er... er... er...
- Oh, eu imaginei que seria um abuso meu... mil desculpas.
- Não, não! Pelo contrário! Ficou ótimo! Eu... eu... meu tapete era azul?
- É sim. Só parecia verde com os restos de almoço por cima.
- Uau... será que você não era alguma empregada de algum ricaço?
- Bem, eu não lembro...
- Nós vamos descobrir, Lienna, não se preocupe. Deve ser muito ruim esquecer o passado.
- Com certeza. Tantos momentos que eu devo ter passado... de alegria, tristeza... tudo isso fez parte da minha vida. Não posso simplesmente jogar fora.
- Ahn é, tudo faz parte, não é?
- Sabe... às vezes você fala de um jeito... estranho.
- É que essa conversa de passado, lembranças...
- Tem alguma coisa que você também esqueceu?
- Não... na verdade, é algo que eu gostaria, mas que não consigo esquecer.
- Me conta. De repente é mais fácil dividindo o peso.
- Bem... eu... eu e Jonah, fazíamos parte de um grupo de mercenários. Se você desse o zeny, nós fazíamos o serviço.
- Devia ser emocionante.
- E era. Ah, se era! Nós escoltávamos ricaços, assaltávamos carruagens... às vezes escoltávamos só pra assaltar depois também. Até que um dia, aceitamos uma missão...
- Foi perigosa?
- Mais do que imaginávamos. Deveríamos pegar uma carga que ía até Lighthalzen. Mas não sabíamos que tinha OUTRO grupo atrás da carga.
- Nossa. Vocês se enfrentaram?
- E perdemos. Levaram a carga, e só sobraram vivos eu e Jonah.
- Puxa... eu não imaginava... desculpe por ter perguntado...
- Não, tudo bem. Eu que sou um tanto preso a esse passado.
- Bem, pelo menos essa conversa me ajudou.
- Hã?
- Lighthalzen. Eu lembro de já ter estado em um lugar com esse nome.
- Sério? Então, se formos até lá, podemos achar alguém que te conheça! Vou avisar ao Jonah quando ele voltar!

============================================================================

- Lighthalzen? Tem certeza?
- Ué, Jonah, você não estava todo "docinho", "querida" e "chuchu" antes?
- Sim, mas, é Lighthalzen. Você sabe.
- Ah, eu não vou deixar esse passado me impedir de ajudá-la, amigo.
- Hmm. Tá gamado mesmo, hein?
- Não é isso. Eu... sinto uma coisa estranha... como se ajudá-la retirasse um peso da consciência. Apesar de eu nem saber que peso seria.
- Tá, e como vamos para Lighthalzen daqui?
- Isso é fácil, amigo! Se prepare, pois Antony Freeman, o jogador invencível, vai atacar hoje à noite!
- Oh não... eu sei bem o que você quer dizer, quando se auto-intitula "jogador invencível".
- Partimos de aeroplano amanhã mesmo.

============================================================================

Novamente, as mesas exalavam tensão. Lienna parecia nunca ter entrado em um ambiente como aquele. Cheirava a bebida oferecida por Jonah, uma forte mistura, e estava receosa de levar o copo à boca.

- Olha, toma cuidado. A gente costuma chamar essa bebida de "Derruba Macho". Se for beber, bebe só um golezinho...
- Ahn... deixa eu experimentar, então... - Lienna começou tímida, mas diante do olhar perplexo do mercenário, virou o copo fácilmente.
- Whoooo... he he he... não é tão difícil.. ahn... tinha dois de você aqui?
- Nossa... você bebeu o "Derruba Macho" todo e NÃO desmaiou? De onde você veio?
- Ahn eu tava - hic - com a cabeça na areia e - hic!
- ...

Em outra mesa, os olhares se cruzavam, demosntrando tensão e blefes. Antony jogava mais uma partida de poker, e pretendia ganhar - aquele dinheiro seria a pasagem para Lighthalzen.

- Pois bem, senhores, quem aposta mais?
- Apostar mais, contra você, Antony? É pedir pra ficar liso.
- Eu aposto! Dobro minha aposta!
- Eu também! Impossível que você só puxe mãos tão boas.
- Ah, com certeza. Não podemos ter sorte o tempo todo, não é?
- É o que eu estou pagando pra ver.
- Pois bem... - Antony foi virando suas cartas, uma a uma, e a mão realmente não aparentava ser tão boa.
- Ahá! Dessa vez você perdeu.
- Calma, amigo. Ainda preciso virar duas cartas. Lá vai...

As cartas reveladas mudavam o resultado completamente. Antony vencia mais uma vez, e com isso ganhava de seus oponentes uma considerável quantia em dinheiro.

- Bem, senhores, acho que paramos por aqui. Muito obrigado, boa noite a todos.
- Mas, mas... impossível!
- É como eu disse, senhores. Não podemos ter sorte o tempo todo.

Lienna, neste momento, se aproximava de Antony. Jonah tentava segurá-la, para que não caísse.

- Oh, Lienna, cuidado!
- Ah, Jonah, tava tão - hic - bom!
- Jonah, o que você deu pra ela?
- Eu? Nada. Ela que pediu... três doses de "Derruba Macho".
- E ela ainda está viva? De onde ela veio?
- Ahn, eu tava com a cabeça - hic - enterrada na areia e...
- Ou, ou, calma Lienna, nem de pé consegue ficar! - Lienna perdera o equilíbrio, caindo sobre Antony. - Vamos embora. Amanhã temos uma viagem para fazer!

Os três então saíram do Bar dos Solteiros. Tinham zeny suficiente para a viagem de aeroplano para Lighthalzen. Alguns minutos depois, os jogadores ainda estavam na mesa.

- Eu ainda não acredito que aquele Antony conseguiu de novo.
- Ele é realmente um excelente jogador.
- Excelente jogador ou sortudo, eu não quero mais jogar contra... ei, espera um minuto.

O jogador, que se levantara da cadeira, encontrara uma carta no chão, no lugar onde Lienna quase caiu e foi amparada por Antony. A carta possuía ranhuras que, quando raspadas, revelavam um naipe diferente do anterior.

- DESGRAÇADO! Ele... ele TRAPACEOU ESSE TEMPO TODO!
- Há? E.. e nós não percebemos nada! Mas que miserável!
- É amigos... Fomos trapaceados. Mas, é como Antony mesmo disse. "Não podemos ter sorte o tempo todo, não é?"

"A dele acabou neste momento..."

Citação :
NOTAS DO AUTOR #02: As coisas começam a esquentar. Antony não poupou esforços para ajudar Lienna, e isso vai enfiar o trio num grande problema! Um problema que desencadeará uma sequência de fatos que mudará para sempre a vida desse arruaceiro! Fiquem ligados!
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MensagemAssunto: Re: Histórias do Clã Von Shumer - Livro 02: A GAROTA QUE NÃO MORREU   Histórias do Clã Von Shumer - Livro 02: A GAROTA QUE NÃO MORREU Icon_minitimeQui Nov 27, 2008 8:05 pm

muito bom! parabéns...
mas acho que ficou meio parecido com a primeira... um sério, um brincalhão, uma pessoa misteriosa... Mas continua, parece ser bom como a primeira história
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MensagemAssunto: Re: Histórias do Clã Von Shumer - Livro 02: A GAROTA QUE NÃO MORREU   Histórias do Clã Von Shumer - Livro 02: A GAROTA QUE NÃO MORREU Icon_minitimeQui Nov 27, 2008 8:10 pm

Matthew não era misterioso. Era um aprendiz qualquer. Só que era rico - e acredito que, do jeito que ele era, ele só não contou isso desde o início porque ninguém nunca perguntou pra ele.

E Antony e Jonah são BEM diferentes de Justinian e Sague, acredite. Isso ficará mais claro com o passar da fic.
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MensagemAssunto: Re: Histórias do Clã Von Shumer - Livro 02: A GAROTA QUE NÃO MORREU   Histórias do Clã Von Shumer - Livro 02: A GAROTA QUE NÃO MORREU Icon_minitimeSex Nov 28, 2008 7:46 am

Episódio 3 - PERIGO: LUTA NO AEROPLANO

A estação de aeroplanos da Ilha Jawaii havia sido construída não fazia muito tempo, e já era campeã em visitações. A construção, organizada pelo reinado de Rune Midgard como uma prova de boa-vizinhança para com os países orientais, fazia o turismo na ilha crescer cada vez mais.
Lienna, aparentemente, jamais havia viajado de aeroplano. Excitada como uma criança pequena prestes a fazer sua primeira viagem de trem, a garota exibia um largo sorriso, que era compartilhado por seus "quase guarda-costas" Antony e Jonah. Os dois já haviam viajado de aeroplano antes - aliás, já haviam tentado furtar a carga de um também -, mas a alegria de Lienna fazia parecer a primeira vez que subiam no veículo.

- Nossa! Eu nunca viajei de aeroplano! Quer dizer, eu acho que nunca viajei... ah, é tão legal!
- Só tome cuidado para não se perder de nós, Lienna. Existem várias linhas de viagem, e se você subir no aeroplano errado, vai acabar bem longe de Lighthalzen.
- Exatamente como você fez quando precisávamos ir até Arunafeltz e você pegou o vôo para Comodo?
- É, Antony. A mesma ocasião na qual voltei para Arunafeltz e achei você lá, voltando de JUNO.
- Tá, eu também peguei o aeroplano errado, mas ao menos eu estava mais perto que você.
- Hahaha. Vocês são mesmo engraçados!
- Vamos, esperem na sala de passageiros, vou comprar as passagens. - dizendo isso, Antony foi para a bancada de venda de bilhetes. Lienna e Jonah sentaram-se em um banco na área de espera.

Após alguns segundos de silêncio, Lienna perguntou ao mercenário:

- Vocês são amigos há muito tempo, não é?
- Eu e Antony? Começamos nossa vida de mercenários juntos. Quando saímos de Morroc, eu parei na guilda de Mercenários do Deserto Sograt, e o Antony foi até Comodo, porque diziam que havia um grupo de... como chamavam... "arruaceiros", e ele poderia aprender coisas que o pessoal do deserto não sabia... Mas depois nos encontramos em Lighthalzen, e resolvemos trabalhar juntos.
- Entendi... e o resto do grupo?
- Biggs, Wedge e Jess? Bem, eles se juntaram a nós em algumas missões... até que resolvemos formar um grupo fixo. Até aquele dia no trem...
- Trem?
- É... a missão que fizemos e que não deu certo. Só nós dois ficamos vivos.
- Antony falou... deve ter sido difícil.
- Mais ainda para ele, que sempre foi nosso líder, e se culpou muito pelo que aconteceu...
- EI! - Antony voltava, três bilhetes de aeroplano na mão - Vão ficar aí fofocando? O avião sai daqui a pouco!
- Ahn.. ah sim! Vamos!

Ali perto, três figuras observavam o grupo com profundo interesse.

============================================================================

- Uaaaau! Mas é lindo!

O salão de entrada do aeroplano era ricamente decorado com tecidos e mobília cara. Lienna, maravilhada com a beleza, não parava de sorrir.

- É... lindo mesmo...
- Antony?
- ...
- ANTONY?
- O QUE É, JONAH?
- O avião vai partir, vamos logo!
- Ah, sim, sim.. er, Lienna, vamos!
- Antony, vamos tirar uma foto? Ali! - Lienna mostrava um senhor com uma máquina na mão. Os três tiraram a foto, os dois homens nos lados e a garota no meio. Antony não ficou muito à vontade, mas Jonah fazia caretas e poses, tentando aparecer mais que os outros dois.

Os três subiram no aeroplano. Era um enorme dirigível, impulsionado por hélices. Muitas pessoas se aglomeravam no convés, para apreciar a paisagem. Outros íam direto a seus quartos, e alguns já se colocavam no salão de festas, esperando as comidas que seriam servidas durante o vôo - o mesmo salão para onde Antony, Jonah e Lienna foram. Mesas cobertas com toalhas de tecido fino, iguarias deliciosas. Tudo para que os passageiros aproveitassem a viagem com o maior conforto possível. Lentamente, o aeroplano levantou vôo, alcançando os céus.

============================================================================

O motor produzia um leve chiado, enquanto o aeroplano navegava tranquilamente. Lienna, de braços abertos na proa da nave, sentia o vento no rosto, e era observada por um Antony paralisado.


- Eu estou tão feliz! Ah, Antony, Jonah... muito obrigada! Vocês me ajudando, e me dando essa viagem maravilhosa!
- Ah, o que é isso, Lienna. não custa nada... - o arruaceiro não terminou a frase.
- Claro que não custou, Antony. Foi com NOSSO dinheiro que você pagou essa viagem.

Antony e Jonah e viraram. Os três homens que jogaram carta scontra Antony estavam ali, parados, segurando porretes. Não parecia, estar apreciando a viagem tanto quanto Lienna.

- O que vocês...
- Entrar clandestinos nesse avião foi fácil. Difícil mesmo foi resistir a quebrar a sua cara lá embaixo no salão.
- Levar nosso dinheiro no jogo já foi ruim o suficiente... ainda mais ROUBANDO.
- Ai, não... eu sabia. Você disse "jogador invencível", eu devia ter imaginado...
- Ah, Jonah, qual é? E você queria que eu arrumasse dinheiro como? Pedindo caridade na praça?
- Antony... você... realmente..
- Lienna, bem, tem coisas que homens precisam fazer, sabe, certos sacrifícios... - os porretes estavam cada vez mais perto.
- Só não sacrifique o NOSSO dinheiro, cara.
- Isso aí. Mas agora, é VOCÊ que a gente vai sacrificar!

Dizendo isso, os três se lançaram contra Antony e Jonah. Os dois se esquivavam bem das investidas, apesar de alguns golpes ainda acertarem. Em contrapartida, os socos de Jonah e Antony eram bem desferidos - mas luta desarmada não era a especialidade de nenhum dos dois, e os golpes eram fracos e não derrubavam de vez os homens. Antony estava em desvantagem, pois dois dos cobradores estavam em cima dele, enquanto o restante se encarregava de Jonah.

- Ah, Deuses... ninguém faz nada? Ninguém ajuda?
- Fica fora, Lienna! Você não sabe o que é uma briga como essa! - Antony gritou.
- E não vai ser você que viverá pra ensinar a ela!

A luta durou mais alguns segundos, até que Antony finalmente nocauteou um de seus algozes. O homem rolou pelo chão do convés com um soco do arruaceiro, caindo perto de Lienna.

Foi quando a arma apareceu.

Lienna observou o revólver no chão. Se o homem pretendia usá-lo, não se sabe, mas naquele momento a arma estava aos pés da jovem. Lienna se abaixou e pegou o artefato.

- SAI DE PERTO DO ANTONY!
- Lienna?! - o arruaceiro olhava com receio.
- Ah, menina, não brinque com coisas de adulto, me dá aqui essa arma...
- SAI DE PERTO OU EU ATIRO!
- Lienna, olha, você não sabe...
- É isso mesmo, garota! Fica no teu canto! E você, seu...

O revólver disparou. Um tiro certeiro no porrete do homem, que voou longe, caindo do aeroplano. Antony, Jonah e os dois homens olhavam, estarrecidos, sem palavras diante da precisão do tiro. Lienna, imóvel, segurava a arma com firmeza, apontando para o homem que segurava a própria mão, sentido dor.

- Eu vou falar mais uma vez: SAI DE PERTO DO ANTONY.

Antony permanecia imóvel. O olhar de Lienna era outro. Um olhar frio, impassível. Era como se a garota ali presente fosse uma irmã gêmea maligna da menina que, horas antes, havia arrumado com tanto zelo a sala da casa do arruaceiro. Lentamente, o dedo deslizava pelo gatilho. Mesmo com o jogador obedecendo às ordens repentinas, a jovem parecia disposta a terminar o que começara.

- Antony! Ela vai atirar!
- Lienna! LIENNA! Larga essa arma! - como se saísse de um transe profundo, a garota piscou rapidamente, olhando para Antony.
- Antony? Eu.. eu... - e, se dando conta da arma na mão, Lienna se assustou, gritando e largando o revólver no chão. - AHH!
- Lienna, NÃO!

O revólver bateu no chão, o gatlho preparado. Com o impacto, a arma disparou, atingindo o balão acima. O ar fugiu com fúria, rasgando a lona por completo.

E o aeroplano desabou ruidosamente na floresta abaixo.

Citação :
NOTAS DO AUTOR #03: Definitivamente, Lienna é mais do que ela se lembra ou aparenta. Será que os três estão vivos para tentar resolver esse mistério?
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